domingo, 24 de abril de 2016

Portas

"Há muitas portas na minha frente
e posso escolher qualquer uma
Atrás de cada porta, um caminho
o resultado de minha decisão de seguir.
Mas e as que eu não abrir?
O que posso estar deixando de viver?
Que alegrias estou abdicando
pelas portas que jamais abrirei?
Que emoções, frustrações ou vitórias
habitam o outro lado de cada porta ignorada?
Nunca saberei o que há por lá
do outro lado das portas que escolhi deixar para trás
Então prefiro pensar que nada há...
que o caminho só começa quando escolho uma e abro
Quando giro a maçaneta do destino.
Quando decido dar o primeiro passo.
Sem esta decisão, meras portas fechadas é o que vejo
Isoladas... são barreiras de madeira simplesmente
E aquilo que não se vê, não se sente.
Escolho. Abro. E sigo com foco e fé.
Se der errado eu volto
e me permito escolher outra porta...
Mudar de ideia? Sim, é permitido...
e em meu mundo faz todo sentido."

(Gisele de Souza Lira)






sábado, 26 de março de 2016

O garoto da mansão

Conheci há algum tempo um garoto
Vinte e poucos anos de idade
Uns 12 de maturidade
Vive em uma mansão
Quase como uma prisão
Nos pais, encontra zelo exagerado
disfarçado de amor
Privação, mascarada por proteção
e valores estranhos...
Ter, mais que "ser".
Queixar-se. Mais que agradecer
Tem amigos...
pessoas que o querem bem.
Mas parece sentir-se sempre só...
e a alma, como um nó.
Controlado. Isolado. Mimado.
Não sabe bem quem é de verdade
pois nunca o deixaram descobrir
Estudou o que o pai quis.
Namorou quem a mãe aceitou.
Vive em mundos de fantasia
E sonha, em para longe viajar...
mas os pais nunca irão deixar.
Então ele aceita as decisões para sua vida
por medo de perder o que parece ter em sua mão.
Mero engano gerado pelo apego...
Talvez um dia se liberte
e assuma seus riscos
e enfrente seus medos
e faça o que tem vontade de verdade.
E daí seus pais percebam que cresceu.
e o garoto se torne um homem melhor para o mundo
e para si mesmo.
Todos um dia crescem,
pelo amor ou pela dor...
Até o garoto da mansão.





segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Conselhos de solidão

Você pode parecer sozinha
mas estar muito bem acompanhada
se por si mesmo se sentir amada.
Não precisa de um encontro marcado
se gostar de sua própria companhia
nem de um novo namorado
se souber ficar do seu próprio lado
Escolha um filme, faça pipoca
ou se sirva uma taça de vinho
e segure sua própria mão
Nem precisa conversar com seu coração...
porque quando se ama de fato,
silêncios não incomodam.
Se leve para dar uma volta,
tomar um sorvete...
Ou fale sozinha, dance... ou cante
porque sua voz também não irá lhe incomodar
se você de si mesmo gostar.
No fim das contas...
solidão é só uma questão de percepção
Tanta gente que parece junta
mas que se sente só...
Tanta gente sozinha na cama
mas que se ama...
Na pior (ou melhor) das hipóteses,
você sempre terá a si mesma
Acho que se um anjo lhe desse um conselho
em momentos de solidão...
em seu ouvido sussurraria:
"Sinta o prazer de sua companhia"

Gisele de Souza Lira

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Classificado

"Eu até poderia procurar
um namorado no classificado...
Podia ser no ZH, Pioneiro ou Folha do Nordeste
Contanto que preste.
Se publicar no New York Times,
vou ter de escrever enrolado...
e vai que aparece um aqui do meu lado
vindo lá do estrangeiro?
Seria melhor que catar gringo em fevereiro
como tantas no carnaval por aí...
(e ainda treinaria meu inglês)
Mas não, eu não. Eu sou diferente.
e quero alguém que meu coração consente
e minha intuição aprove...
e que o amor a cada dia renove.
Não vai ser em página de jornal
que vou achar alguém especial.
Já na internet, até poderia ser...
Um amor online pode acontecer..."

(Gisele de Souza Lira)





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