Ela sempre fez , o que os outros, não o que ela, quiz.
E por muito tempo isso até lhe fez feliz (ou pareceu fazer). Mas não pra sempre.
Porque crescer é inevitável.
Aceitar medidas. Não se lambuzar. Não andar sem guarda-chuva e pára-quedas.
Era o que devia ser feito.
Não falar com estranhos. Não gastar dinheiro com bobagens. Não dançar.
Não dizer verdades demais. Não acreditar que dos sonhos pode sim correr atrás.
Isso era o perfeito... o direito.... o menos feio.
Mas jamais seria o suficiente.
Porque quando se aceita as regras alheias de como sua própria vida deve ser...
por mais que se tente agradar, nunca estarão contentes,
não os alheios, não os que acham que sabem quem é você.
Mesmo os que nos amam, podem seus caprichos nos impor...
e se não nos dermos conta, aceitamos, por amor...
por acreditar que é inquestionável ser um modelo aceitável
dentro dos padrões exigidos, pelos pais, namorado, marido...
Mas inverdades não se sustentam para sempre.
Um dia ela acordou. Mudou. Se mudou.
E percebeu que não era nada do que a faziam acreditar ser.
Eles estavam errados... ela podia crescer, vencer, fazer o que gosta
e dar uma boa resposta a quem nunca lhe perguntou o que achava de tudo isso.
Ela se viu fazendo escolhas, definindo o cardápio,
decidindo o filme, o roteiro, a companhia,
e o que queria fazer no fim do dia.
Se viu como protagonista
e do quadro de seu futuro se tornou a própria artista.
Ela não quer ferir ninguém com sua mudança...
é apenas o seu crescimento.
Só está se dando o direito de ser quem sempre quiz ser.
Está se permitindo esta aventura... este deleite.
E quem aceitar, que a ame.
E quem a amar, que aceite.
Corre.
