Cigana...

Lendo minha própria mão
eu vejo um amor bonito
(que ainda não me foi dito)
chegar chegando...
Eu vejo que me completa...
pedaço que sou de só...
e na solidão do futuro
se duvidar dou um nó.
Mas confesso
que tudo o que na palma li
eu mesma escrevi...

Dilema

Não penso ainda em você.
(não me interprete mal)
Mas vez por outra leio algo seu.
Um escrito...
Um pensamento dito...
Um sentimento exposto por gosto
ou a contra de...
(fazer o que?... 
eu também escrevo 
o que nem queria dizer)
E quando leio sorrio
recordo...
e me pergunto num dilema...
Por que apagaste nosso poema?

Completo..

Tem homem que por mais que seja feito
não tem jeito.
Tem homem que pra ser interessante
precisa tirar a roupa...
Outro para ser bonito 
só precisa abrir a boca.
Mas você é diferente
é completo...
Só com o olhar já me traz pra bem perto.
E mesmo todo vestido e de boca fechada...
me deixa encantada e calada.

Eu te desejo...

Eu te desejo  a falta de paz...
que habita,
quem do seu sonho corre atrás
E uma vontade de rir e chorar...
que nasce ao ver a  vitória chegar.
Eu te desejo a distância de quem ama
só pra que saiba o valor do seu amor
e para que a volta seja doce...
Desejo mesmo que nem embora você fosse...
Te desejo uma música...
um livro...
um filme...
que te emocione.
Te inspire...
te impulsione...
Desejo que ame o seu nome,
quem és e quem pode ser...
Desejo que saiba escolher.

Prazer, mulher!

Somos muitas.
Anas, Lucianas, Adrianas...
Sofias, Marias...
Makeles, Cibeles, Giseles...
Muito prazer, somos mulheres.
E os homens, 
seja o nome que for
podemos até amá-los...
Mas não se compara 
ao prazer de irritá-los...

Nós...

Sem nós
não se pode amarrar o amor..
Só eu é pouco..
pouco laço pra um abraço...
Só tu é muito...
muito tempo pra esperar
Solidão demais pra desenosar...
Só com nós se prende
em seu peito meus olhos fechados
repouso cansado
com ar de feliz...
Sem nós 
liberdade e saudade
contradiz desenlace 
Onde está seu abraço?
faltam nós...
falta um laço...

Quase...

Só depois que escorreguei
e quase caí,
foi que vi algo errado...
Na placa dizia:
"piso molhado"
Parei.
De mim mesmo ri...
e segui!

Pássaros...

Na praça dois tico-ticos...

voando e se enroscando...

Uma platéia, de outros pássaros

 vibram em coro...

Será disputa ou será namoro?

A rua da praça...

Eu quero morar na rua da praça
pra ver da janela a vida que passa.
Pra ver no inverno
a geada na grama e o belo carvalho...
(no verão o orvalho)
Na primavera as flores surgirem...
No outono ver as folhas cairem...
E em qualquer estação
(ano todo então)
esperar-te passar...
a qualquer momento
em tão lindo lugar...
É na rua da praça 
que eu quero morar...

Recado de miúda...

Eu sou sua filha.
E olho pra cima...
tão miúda,
tão menina...
Eu sou tão pequena
e você é tão grande...
tão imponente...
tão importante...
Eu olho atenta o que você faz
e te imito...
porque te admiro.
E nos seus braços me atiro
para rir, brincar...
fazer carinho ou chorar...
(não importa...
é ali que quero estar)
Meu pai...
Minha ponte... 
fonte... norte...
do meu coraçãozinho a sorte.
Meu amigo... abrigo...
Que bom que está comigo!

Prelúdio...

Eu prevejo uma pergunta 
e uma resposta...
Mas não prevejo o fim da noite.

Silêncio íntimo...

Em meio ao jogo de sentimentos
dentro de mim, a ir e vir...
Eu torço 
para que todas as coisas
que você não me diz....
sejam exatamente as que eu mais quiz
de ti ouvir...
E ainda quero
e em meu silêncio íntimo espero.
Ainda há tempo...
e é inútil aguardar 
por um exato momento.
Me diga!
Não há nada que impeça
e de ser feliz tenho pressa.
Ou que sim...ou que não...
Mas tire a dúvida do meu coração...